Sexta, 25 de Abril de 2025
Um esquema criminoso que se aproveita de dados de pacientes internados em hospitais de Campo Grande tem levado familiares a realizar transferências bancárias sob falsos pretextos médicos. A situação, investigada pela Polícia Civil, motivou a Santa Casa de Campo Grande, o Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap-UFMS) e o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS) a emitirem alertas nos últimos meses. As instituições destacaram que criminosos têm contatado familiares de pacientes solicitando pagamentos para a "realização de cirurgias emergenciais" – procedimentos que, na realidade, são totalmente cobertos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).Segundo Camapum, o golpe se inicia com uma ligação ou mensagem em que os fraudadores se passam por profissionais de saúde. Eles informam que o paciente precisa de intervenções emergenciais ou remédios específicos, pressionando a família a enviar valores elevados para supostas cobranças hospitalares. A tática explora a vulnerabilidade emocional dos parentes, que, em meio à preocupação, acabam realizando as transações sem confirmar a veracidade das informações.
Segundo o delegado Rodrigo Camapum, titular da Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) Centro, o golpe se inicia com uma ligação ou mensagem em que os fraudadores se passam por profissionais de saúde. Eles informam que o paciente precisa de intervenções emergenciais ou remédios específicos, pressionando a família a enviar valores elevados para supostas cobranças hospitalares. A tática explora a vulnerabilidade emocional dos parentes, que, em meio à preocupação, acabam realizando as transações sem confirmar a veracidade das informações.
As investigações apontam que os golpistas possuem acesso a detalhes precisos sobre internações, como nomes de pacientes, motivos da hospitalização e procedimentos realizados. Camapum ressaltou que uma das hipóteses é o vazamento de prontuários por funcionários ou terceiros com acesso a sistemas internos dos hospitais. Além disso, o delegado mencionou que os dados podem ser obtidos de outras formas, inclusive por meio de redes sociais, já que familiares costumam divulgar informações sobre a internação de entes queridos. Ele também destacou a importância da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) para coibir esse tipo de prática, já que informações de saúde são classificadas como sensíveis e requerem proteção reforçada.
Recomendações às Vítimas
A orientação da Polícia Civil é que a população desconfie de qualquer solicitação financeira relacionada a tratamentos médicos, especialmente se feita por telefone. Camapum reforçou que hospitais públicos não entram em contato para cobrar valores, já que todos os serviços são integralmente custeados pelo SUS. Em caso de dúvida, a recomendação é buscar confirmação diretamente com a equipe médica no local da internação e registrar imediatamente uma ocorrência policial.
Dois casos registrados em janeiro deste ano (28) ilustram a gravidade do problema: em um deles, 4.930 reais foram solicitados para exames de uma suposta bactéria, e no outro, 7,1 mil reais para medicamentos urgentes. As vítimas só perceberam o golpe após efetuar os pagamentos.
Hospitais como a Santa Casa e o Humap-UFMS emitiram alertas reforçando que não solicitam pagamentos. A Santa Casa destacou que eventuais doações são tratadas exclusivamente por um setor específico, enquanto o Humap-UFMS orienta denunciar qualquer cobrança suspeita à Ouvidoria da unidade.
· Com informações do Correio do Estado